Assente no antigo julgado de Aguiar de Sousa e, atualmente, parte integrante do Vale do Sousa e da Área Metropolitana do Porto, o concelho de Paredes situa-se no centro de um triângulo (Porto, Guimarães e Vale do Douro) classificado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.
Além de integrar uma região paisagística interessante, o Vale do Sousa, Paredes remonta à origem da nacionalidade portuguesa e possui várias tradições artesanais, dentro das quais podemos destacar a arte de trabalhar a madeira.
No concelho de Paredes, nomeadamente nas freguesias de Duas Igrejas, Lordelo, Rebordosa e Vilela, a arte de trabalhar a madeira é uma atividade muito antiga, transmitida por sucessivas gerações e testemunhada por antigos artífices, como o marceneiro e o entalhador, assim como pelos centenários engenhos hidráulicos de serração de madeira localizados ao longo dos rios Ferreira e Sousa.
A figura da cadeireira (ou carreteira), já extinta nos dias de hoje, marca eminentemente a história do concelho de Paredes, fazendo parte da memória da população mais envelhecida. As cadeireiras eram mulheres, cujos familiares trabalhavam como marceneiros e a quem cabia transportar às costas ou à cabeça o mobiliário produzido. Estas mulheres carregavam cadeiras, armários e outras peças de mobiliário, a pé, por caminhos e montes com a ajuda da silha ou estribeira (pano com corda), para destinos muitas vezes longínquos, como Porto, Vila do Conde, entre outros.